terça-feira, 31 de agosto de 2010

Revogam "liberdade" de dois companheiros

Faz alguns dias, o fiscal Peña, procurava revogar a liberdade de alguns dxs companheirxs processadxs mas deixados em "liberdade", pelo "caso bombas". Hoje, mais uma vez apelando aos delírios de tal fiscal, na corte de San Miguel, conseguiu.

Carlos Riveros Luttge e Camilo Pérez Tamayo, que tinham ficado "somente" com medidas cautelares, voltaram à prisao. Tudo isso enmoldurado em outra patifaria mais do estado para conseguir que alguém, enquadrado em parâmetros que somente a polícia e os fiscais reconhecem, seja declarado culpado dos "atentados terroristas" que tanta coceira geram. Já nao sabem mais o que inventar, que cargo atribuir nem que medida estabelecer para que companheiros e companheiras caiam em suas leis putrefactas e assim poder prendê-lxs e seqüêstrá-lxs; a distància é o que buscam, romper seus laços e sua moral é o que buscam, mas acima de tudo, buscam o silêncio e uma paz fictícia que possam demonstrar.

Já foi dito faz alguns dias, logo da nova invasao e vasculhamento ao Centro Social Okupado e Biblioteca Sacco e Vanzetti, que traíam sujas cartas sob suas mangas. Hoje conheceu-se a notícia do descobrimento de uma mochila com traços de TNT, "escondida" num misterioso canto daquela casa. Qualquer um que tivesse conhecido a casa e as idéias que alí se propagam, juntamente com algo de senso comúm, saberia que nenhum companheirx habitante ou visitante, poderia deixar uma mochila alí com tao preciada substância para fiscais e policiais. As montagens se somam e continuam.

PELA LIBERDADE DXS COMPANHEIRXS SOLIDARIEDADE.
¡ABAJO LOS MUROS DE LA PRISIONES!

_________________________________________________--
Agora xs companheirxs em prisao preventiva sao 10:
Pablo Morales.
Rodolfo Retamales.
Omar Hermosilla.
Vinicio Aguilera.
Francisco Solar.
Felipe Guerra.
Camilo Pérez.
Carlos Riveros.
Mónica Caballero.
Andrea Urzúa.

Sem lugar para a Infâmia

Segunda Feira 29 de Março de 2010


Sem lugar para a infâmia (*)

Este texto, suas idéias e conteúdos e do que delas emana em caso algum pretende se erigir como resposta ao discursinho de um diminuto sujeito fez circular pela internet. Jamais nos interessará estabelecer o diálogo, nem gastar energía, quando se ultrapassaram critérios básicos de comunicaçao.

Isto nao é uma resposta. É melhor do que isso, um chamado, dirigido a todxs xs companheirxs de idéias/açao, um chamado a ascender a linha de fogo que se colocou injuriosamente. Por outro lado, acreditamos, sentimos e assim nos ensinou a vida, que existem certos assuntos que nao se resolvem em conferências virtuais que apenas visam satisfazer a ânsia de popularidade dxs que nao fazem diferença em nenhum outro lugar.

Por isso nao responderemos a entediante peroraçao que buscando agilidade foi esboçada como argumento. Nossa ânsia e de acordo com nossa projeçao de luta, é nos comunicar com nossxs companheirxs, que conhecemos ou nao, que estao perto ou longe, em definitiva com todxs aqueles com xs que nos une a identificaçao do inimigo: a autoridade.

Para xs que rejeitam, negam e transbordam a autoridade, de diferentes e variadas maneiras, para elxs vao nossas palavras, para ninguém mais.

Recebemos um golpe que nao procura gerar um intercâmbiode idéias e que ainda vistindo e se fantasiando com roupagem de "debate político" que somente esconde como objetivo o insulto, a infâmia, a degradaçao e a ofensa.

O que nos foi vumitado nao foi início de nenhuma discussao, porque nao há discussao possível diante do que está afirmado. As discussoes ou os debates podem se dar em funçao de opinioes, idéias, posiçoes de luta, mas o que recebemos foi uma ofensa que preteneu anular o que se vive desdeo 22 de maio.

Minimizaram-se e ridicularizaram-se as doras que da morte de Mauri surgem, de forma tosca e com atitudes próprias do inimigo. A mídia fez uma festa desde o início com Mauri e as relaçoes que mantinha com diferentes companheirxs, passou a mao abusivamente em suas idéias e esvaziou o conteúdo de cada aspecto de sua vida, vociferando um roteiro que até o dia de hoje pretende levantar sentenças judiciais para xs que foram seus/suas companheirxs mais próximxs.

A mídia inventa e é sua atividade. Em nada nos surpreende, pois faz parte de nosso inimigo, mas nem ela em sua funçao de carcereira da moral do capital, têm manifestado algum suposto interesse de nossa parte para obter algum tipo de vantagem a partir da morte de um companheiro, um irmao, movidos pelo oportunismo.

Qual seria o oportunismo? Qual sería a vantagem que se pode obter ao defender um companheiro que morreu numa açao ilegal? O oportunismo é o silêncio, dar um passo pro lado, a falta de açao. O oportunismo é chorar sua morte enquanto se alteram suas idéias para tentar acomodá-lo a um discurso particular que em vida jamais teve.

Desde o início nosso esforço visou deixar claro quais eram as posiçoes do Mauri, ainda quando nao estavam completamente de acordo com as nossas. E isso o fizemos ppr um compromisso moral com aquele que crescemos, compartilhamos e forjamos afetos que geraram frutos.

Ao saber de suas posiçoes nosso dever é que ninguém o disfarce ou maquie. Nao somos seus donos e ao colocar suas idéias no coletivo estamos buscando a expansao e multiplicaçao da memória, dessa forma essa açao é entendida por seus companheiros, xs que tem contribuído ao mesmo objetivo com diferentes gestos e labores.

Após a defesa contundente que se fez a partir de um espaço público, as conseqüências foram claras: assédio da imprensa, a hostilizaçao poicial de forma constante, a suposta ligaçao a açoes ilegais, o vasculhamento por parte do grupo de assalto do PDI, as rajadas de balas sobre a casa e uma causa judicial aínda aberta.

Sentenciar-nos como oportunistas equivale a nsinuar estúpidamente que a companheira Luisa Toledo, mae dos irmaos Vergara, tem movido a sua memória em funçao do oportunismo e que após cada chamado à memória, busca obter para si algum benefício.

O anterior somente vive na cabeça de politiqueiros de pouco valor que vagam pelo ambiente libertário, que em cada gesto buscam a captaçao de novos militantes para suas ficticias organizaçoes das que de fato, ninguém teme, pois existem, apenas comouma sigla que fala asneiras pela internet.

Fazer alusao a uma suposta "briga do cadàver aínda morno de Mauri", além de ser algo mito violento verbalmente, remove as piores lembranças que qualquer pessoa pudesse chegar a ter: as de um irmao morto e nú diante dos olhos dos policiais, da mídia e de espectadores/as nojentxs. Chegar a escrever algo do tipo, é uma falta de respeito e demonstra a qualidade moral de quem cospe.

Mas em termos frios é verdade. Estamos brigando pel cadáver de Mauri, sim, estamos brigando por ele, brigamos por ele com a mídia, quem tentou bisbilhotá-lo, aos que tentaram assediar sua família, aos que quisera mentir sobre sua vida de combate e xs que colocaram em dúvida as circunstâncias de sua morte.

Sim, brigamos por seu corpo e felizmente o teríamos protegido do que acontece aquela noite, com ele, com suas/seus companheirxs, com sua família, mas somente um ibecíl equipara esse acontecimento tao doloroso com um desejo de aparecer. Ninguém quer conscientemente se expôr tanto como tivemos de fazê-lo.

O texto alusivo busca a desmemoria, a falta de açao e esse chamado nos resulta por sua vez grosseiro, patético, pois equipara a defesa de companheiros com a apropiaçao de sua vida insurreta. Pretend restringir a lembrança e anular a memória e a defesa pública de nossxs irmaos/as.

Diante do anterior nosso objetivo é precisamente o que definitivamente tem ocorrido tanto com os irmaos Vergara como com Mauri: a difusao da lembrança, tornando-o arte reproduzível e contagiosa, que a ninguém pertence como propieade exclusiva.

O único que podemos resgatar dentro de tudo o que foi vomitado, é o fato que expoe e deixa claro de uma só vez, o nojo que às posiçoes reformistas gera o passo a ofensiva e tudo o que em conseqüência pode ocorrer (morte, cárcere, fuga e repressao).

E disto fica evidente que no fundo do que nos separa, além das táticas e estratégias, radica a aceitaçao ou nao de todas as formas de lutas contra o poder. O assunto é simples e complexo por sua vez, ou se aceita que todas sao válidas, ou se pretende impôr que todxs devemos simplesmente aceitar que alguém externo nos diga como, quando e com que combater a autoridade.

Que nosso caminho como Centro Social Okupado seja um, biem claro e definido com o passar dos anos, nao significa que nao reconheçamos nas açoes ilegais uma contribuiçao sincera e válida que gera nosso companheirismo e nossa defesa. Assim se manifesta que o fato de reconhecer que para transbordar o capital e à autoridade existem diferentes caminhos e que nenhum pesa mais do que o outro.

Considerando a projeçao comum que o autor anônimo do texto mantêm com organizaçoes como cal e estratégia libertária, fica presente o pedido para que estes grupos deixem claras suas posiçoes a respeito ao que foi colocado pelo que os sauda tao afeituosamente. Obviamente o silêncio será compreendido como uma forma mais de se manifestar.

Reafirmamos que é uma necessidade reagir e nos pronunciar diante da infâmia, embora tenha sido evidente desde um primeiro momento o que o texto provocaria em nós, nao quisemos nos calar e fazer o silencioso jogo da vida normal. Quando o sangue ferve nas veias, é um assunto de honra dar curso à açao.

Saudamos a todxs xs que honestamente defendem a memória insurreta, defendendo aos/as companheirxs caídxs em combate ao longo do mundo (incluíndo ao companheiro Lambros Fountas na Grécia), também a todos os espaços okupados que voltaram a ser objetivo da repressao (verde ou vermelha, da na mesma).

A combater o esquecimento, a acender o caminho a liberdade.
Companheiro Maurício Morales em pé de guerra.


Centro Social Okupado e biblioteca Sacco e Vanzetti. Março 2010. $hile.

Crônicas de uma Repressao anunciada...


No recente Sábado 14 de Agosto, ocorreu aquilo que anunciava sua chegada faz bastante tempo, a prensa o estava anunciando, a caça de bruxas tomava forma demoníaca e espreitava várixs companheirxs. Perto das seis horas da manha desenvolveu-se a segunda invasao e vasculhamento de nossa casa (o primeiro foi no 11 de setembro, nas vésperas das eleiçoes presidenciais), no denominado "Caso Bombas", o que foi realizado pela Equipe de Reaçao Tática (ERTA) da polícia de investigaçoes (PDI) da mesma forma que na ocasiao anterior. Nossa decisao foi nao recebê-los da forma que mereciam devido a que nesse minuto estava presente o menor dos membros de nosso bando, que conta somente com um ano de idade e nao queriamos arriscá-lx aínda mais à humilhaçao que sofremos no passado 11 de dezembro. Logo que realizaram a invasao e vasculhamento fomos transferidxs as instalaçoes da Brigada de Investigaçoes Policiais Especiais (BIPE) da PDI onde fomos informadxs que alguns/umas membrxs atuais do coletivo que fazia parte da casa (e outrxs 11 companheirxs), contavam com mandatos de detençao por delitos de associaçao ilícita terrorista e pela colocaçao e manipulaçao e artefatos explosivos. Algumas horas depois xs que nao tínhamos mandato de detençao nos dirigimos a nossa casa para nos certificar das condiçoes em que a deixaram e para revisar entre nossos pertences aquilo que tinha sido roubado pela polícia. A surpresa foi enorme quando encontramos a efetivos da PDI bloqueando o acesso à casa, segundo elxs porque havia uma ordem em tramitaçao (uma ordem que somente pronosticava uma noite negra). Graças a que se encontrava nesse mnuto um advogado com a gente, pudemos entrar para tentar pegar algumas coisas pessoais e um pouco de roupa pra nao ficar sem nada. O tempo dentro da casa foi muito triste, rasgaram muitos cartazes, riscaram um mural que tínhamos no interior e roubaram todo o dinheiro que tínhamos guardado. O tempo no interior da casa foi pouco en vista de que estava perto o horário da formalizaçao das acusaçoes dxs 14 companheirxs detidxs durante esse dia, por isso resgatamos o justo e necessário para passar um dia na rua. Quando chegamos no salao do tribunal correspondente, avistamos a grande quantidade de pessoas que chegaram para dar uma força, apoio e ânimo aos/as companheirxs. Devido a que a mídia estava ocupando quase todo o espaço, só foi possível que entrasse uma pessoa por cada detentx. Do lado de fora nao era possível ouvir o que o Fiscal Peña dizía, apenas dava para ver por trás da silueta dos policiais os nossxs compas. Ainda bem que elxs também puderam nos ver, nao só a nós, mas a todxs aquelxs compas que foram ao tribunal para solidarizar. Que grato foi sentir a força do furacao que se desvenda a revolta de nossos coraçoes. Quando se soube que a formalizaçao estava suspensa até a terça feira a reaçao foi imediata: cospidas, empurroes, porradas nos policiais que nos separavam de nossxs irmaos/as, partes do palácio de justiça burguesa sendo despedaçadas como forma de desabafo da toda a ira que estava acumulada em nossas mentes contra os carrascos de outrora e que hoje sao os que fecham as gaiolas de nossxs companheirxs dia a dia. Depois de burlar o cerco de policiais que fechavam o lugar batendo em qualquer pessoa que passasse pela frente fomos novamente a nossa casa. Quando chegamos vimos ainda presença policial que resguardava que ninguém entrasse enquanto duas pessoas fechavam cada um dos acessos à casa, a ordem verbal que les tinham era que ninguém entrasse porque tinha sido desalojada, diante do qual discutimos que era uma coisa que nao podia ser feita por nao haver uma ordem física que o determinasse e porque segundo um sujeito da PDI essa ordem vinha do Fiscal Peña, que nada tem a ver com o julgamento civil que tinhamos pela casa, sao causas diferentes e o fiscal tinha se entrometido nela arbitrariamente. Graças ao apoio dado por companheirxs solidárixs pudemos resgatar pela força parte da Biblioteca, nossa querida biblioteca que desejavam deixar no interior da casa sem que ninguém pudesse ter acesso a ela. Também desejavan enterrar nossos pertences, e lamentávelmente até o día de hoje nao foi possível recuperar tudo o que tinhamos no interior da casa. Nao é uma surpresa para nós o fato de que nos tirassem nosso lar. Sabemos que o poder quer aniquilar a qualquer que lute contra toda autoridade. Que a onda repressiva nao alcança somente aos que neste minuto estao dentro das gaiolas, mas que a qualquer que se atreva a desafiá-lxs e axs que queiram solidarizar. Como ocorrei no ano 2006, onde a partir da investigaçao pela molotov lançada na moeda, se empadronaron muitas casas okupadas, algumas foram desalojadas, a nossa começou um julgamento civil que depois de diferentes apelaçoes nao havia sentença. Agora mais que nunca fazemos um chamado à solidariedade, chamamos a gritar e propagar a situaçao de nossxs companheirxs encarceradxs e aquelxs que ainda sao perseguidxs pelo poder. Chamamos a multiplicar os espaços que promovam na vida cotidiana a rejeiçao a autoridade e acima de tudo, chamamos a todxs a criar laços solidários para nos apoiar entre companheirxs, que a Solidariedade nao seja uma consigna vazía, mas uma ferramenta mais para destruir todo vestígio de autoridade. Neste momento lamentamos a todxs que o Centro Social Okupado e Biblioteca Sacco y Vanzetti foi fechado, negando-nos a possibilidade de continuar com nossas atividades cotidianas e programadas neste espaço que por mais de oito anos foi uma grande contribuiçao à luta e uma arma efetiva de propagaçao de idéias contrárias à autoridade. O espaço físico nao está mais, mas os laços que nos unem como companheirxs nao se rompem nem se quebram, com a cabeça erguida e a mortal intacta continuaremos na luta. POR TODXS NOSSXS COMPANHEIRXS GRITAMOS E LHES DEDICAMOS: 8 ANOS DE OKUPAÇAO... MAS TODA UMA VIDA DE COMBATE!!! CSO e Biblioteca Sacco e Vanzetti. favor divulgar!!! http://okupasaccoyvanzetti.blogspot.com

Comuicado Solidário da Colômbia e Venezuela

Desde o passado 14 de Agosto de 2010, o estado do Chile apoiado pelos seus órgaos de coaçao policial e mediático deteve a 14 anarquistas no contexto do chamado "caso bombas" que procura inculpar a nossxs compas de vários atentados explosivos contra instituiçoes de poder e dominaçao social.

Xs companheirxs detidxs, difamadxs e formalizados depois de uma maratônica apresentaçao na qual o tom sensacionalista e a franca ignorância estiveram presentes sao:

  • Rodolfo Retamales: Seqüêstrado no C.A.S (Cárcel de Alta Seguridad). cumprindo prisao preventiva de 180 dias, formalizado por associaçao ilícita (acusaçao que no Brasil é análoga à Formaçao de Quadrilha).
  • Pablo Morales: Seqüèstrado no C.A.S. cumprindo prisao preventiva de 180 dias, formalizado por associaçao ilítica.
  • Felipe Guerra: Seqüêstrado no C.A.S. cumprindo prisao preventiva de 180 días.
  • Carlos Riveros: Em “liberdade” mas com medidas cautelares.
  • Vinicio Aguilera: Seqüêstrado no C.A.S, cumprindo prisao preventiva de 180 días.
  • Mónica Caballeros: Seqüêstrada no C.O.F (Centro de Orientación Femenino). cumprindo prisao preventiva de 180 dias.
  • Andrea Urzúa: Seqüêstrada no C.O.F. cumprindo prisao preventiva e 180 dias.
  • Camilo Pérez: Em “liberdade” mas com medidas cautelares.
  • Cristian Cancino: Em “liberdade” mas com medidas cautelares.
  • Diego Morales: Em “liberdade” mas com medidas cautelares.
  • Francisco Solar: Seqüêstrado no C.A.S. cumprindo prisao preventiva de 180 días.
  • Omar Hermosilla: Seqüêstrado no C.A.S. cumprindo prisao preventiva de 180 dias, formalizado por associaçao ilícita.
  • Candelaria Cortez: Em “libertad” mas com medidas cautelares.
  • Iván Goldenberg: Em “liberdade” mas com medidas cautelares.
As provas expostas pelo Estado chileno pela mao de seu fiscal estrela Alejandro Peña, sao um cúmulo de videos e escutas entrecortadas, tiradas ao azar e tomadas fora do contexto para criminalizar axs detentxs. Estas provas além de ridículas e sínicas apenas buscam amedrontar ao crescente movimento anarquista no Chile.

Pronunciamonos também contra o cercamento informacional e de difamaçao a que tem sido submetidxs xs companheirxs detidxs e todo o ambiente libertário chileno por parte dos meios de comunicaçao privados e estatais. Os quais tem sido atiçados contra elxs contribuindo a criaçao de de opiniao propícia para sentenciar axs detidxs a longos períodos de prisao.

Da mesma forma somos solidárixs com xs 4 companheirxs anarquistas argentinxs detidxs em Córdoba enquanto realizavam açoes de solidariedade diante do consulado chileno nessa regiao. Assim como xs 40 detidxs por romper o claustro informacional em diferentes lugares da geografia chilena, com especial ênfase com Roberto Henríquez Arratia, detido por supostamente portar uma bomba em sua mochila.

A solidariedade é uma arma, e devemos carregá-la. Apoio mútuo Grancolombiano com a guerra social do Cone Sur.

Liberdade axs presxs anarquistas detidxs no Chile e na Argentina.

Cumplicidade com Diego Rios e gabriela Curilem.

Individualidades anarquistas da Colômbia e Venezuela

Comunicado La Crota e Solidariedade com xs 14A


Diante de uma nova ofensiva do Poder.
Casa Okupada La Crota
Agosto 2010

Faz algum tempo que deixou de ser estranho escrever e refletir a respeito disto: A mídia e da inexistente associaçao ilícita terrorista, com líderes, suditxs, auxiliares, financiadores, proveedores e encarregadxs de comunicar as açoes via internet, questao absolutamente contraditória para quem odeia toda forma de autoridade. A mentira já estava orquestrada, há alguns meses estavam colocando todas e cada uma das peças desse quebracabeça que permitiria no dia 14 de Agosto concretar a detençao e permanência de 14 companheirxs nas gaiolas do poder, criadas pelos ricos para mantêr isoladxs aos que revelam a miséria na que o capital nos obriga a viver.


Nessas alturas do campeonato está ótimo que relatemos os enojantes minutos nos quais vimos ao pequeno "Peña" (fiscal) caminhando por nossa casa. De fato nos dá nojo lembrar de sua cara, e menos ainda do minuto no qual nos afastaram de nossxs queridxs irmas-aos Vinicio, Monica e Diego. Mas de qualquer forma, nos parece necessário comunicar a nossxs amigxs irmas-aos, família e companheirxs alguns pontos que tomam nossa atençao.

Antes do próprio sol nos fazer abrir os olhos, a polícia fardada comandada pelo midiático artista contratado, o promotor Alejandro Peña, se fez presente en nossos quartos, arrancando a cortina que cobria o centro de documentaçao anarquista existente em nossa casa. O despertar violento trouxe com a gente a pena e a impotência de nos fazer perceber que vinham buscando a Mona, Mónica Caballero, seu quarto foi o mais vasculhado de lá tiraram tudo de La Crota.

Como pode a promotoria invadir pela quarta vez em dois anos uma série de ocupaçoes sem manter uma detençao efetiva? Isso NAO podia ser tolerado por NINGUÉM. A raiva e a impotência de ver como o poder nos roubava uma irma cresceu ainda mais quando numa coletiva manipulaçao de evidências, colocava'se TNT na amostra do Diego e do Vini. Apesar de ficarem detidxs todxs xs que dormiamos nessa noite na Crota, além dxs que se aproximaram devido a sua preocupaçao, só o Diego, a Mónica e Vinicius passaram pelo controle de detençao. Onde pudemos ver uma tragicômica cumplicidade entre a promotoria e a juíza (isso sim que é uma associaçao ilícita).

A ofensiva do poder fora constante, já no dezembro passado, sentía-se o fedor repugnante desse lado.

Apesar de fazer parte de um dos espaços assediados pela mídia e pelo poder, decidimos neste momento continuar na casa defendendo o espaço no qual a gente se enchia de vida e boa parte das pessoas circulava por aqui.

A horta a biblioteca, a casa, sao espaços de ataque e resistência aos quais o capitalismo nao tem acesso, pelo qual nao poupa esforços nem gastos para nos dissolver.

A lógica do capitalismo em seu presente ciclo, deve, por essencia, entrar em choque com algums pequenos cantos de seu território, como ocupaçoes, invasoes de terreno, na delinqüência contra a burguesia, nas pichaçoes de rua, nas barrikadas que se levantavam nas saidas das universidades, o roubo em supermercados sao exemplos de que na mesma cidade nos oferece pequenos espaços onde o capitalismo fica sem possibilidade de entrar em nossas vidas, nessa instância em que se ataca sua essência, o ataque a propriedade e sua segurança.

Como se fosse pouco, depois que a polícia saiu, entramos na casa encontrando todo nosso trabalho e nossas lembranças destroçadas, livros, cartazes, cartas, móveis e sofás jogados em todos os cantos da casa.

O que levaram, o que destroçaram é a mostra, a forma como o poder esta se vingando, devido ao medo que sentem diante de um ataque de um grupo de pessoas decidido a se enfurecer como forma de vingança diante de séculos de infinita violência.

Imdiatamente após entrarmos na casa, toca a campainha. Era o dono legal da Crota, com uma ordem de demoliçao e documentos entregues pela promotoria, nos quais constava a incerteza do futuro da casa. Agora tem poucas pessoas morando na casa, nossos esforços estao custando cada vez mais.

Mesmo a vontade de escrever e refletir está longe de chegar a nosso corpo, só a dor, de ver o seqüêstro de 3 pessoas amadas nos tirou a calma completamente.

Pedimos encarecidamente. Solidariedade com xs 14 companheirxs detidxs, solidariedade permanente (e nao só quando exista uma explosao na mídia) com os espaços espreitados pelo poder. Sentimento fraterno e sincero ao C.S.O Sacco y vanzzeti, desalojado no dia 14, assim como com a galera do C.S.O Jhonny Cariqueo e a todx o resto dxs compas presxs. Força Guerreirxs

Casa Okupada La Crota, Centro de Documentaçao Anarquista itinerante e horta o Pântano.

Morte ao Estado, que viva a anarquia!

GUERRA SOCIAL !

Com a data de 14 de agosto, se efetuaram diferentes invasões em centros sociais, casas particulares y ocupacoes, com a ordem do fiscal Alejandro Peña. Depois disso, levaram 14 companherxs detidxs com acusacao de Associacao ilicita terrorista e Instalacão de Artefatos explosivos.

As invasões como é de costume foram com extrema violencia, inclusive levaram a Brigada de Investigacões da PDI (BIPE) um bebê de um ano. Não houve consideracão por nada, destruindo tudo que estava na frente, assustando as criancas que vivem nos lugarem que foram invadido sem nenhuma precauçao.

O juiz não formalizou a investigacão, pois faltaria antecedentes para investigar, sendo que havia negligência, pelo qual a detençao foi adiada até terca feira (17-08) na qual acontecera um novo jugamento as 9 horas da manha para a formalizacao da pena onde sabemos que o juiz tentara usar de todas suas artimanhas legais para manter presxs nossxs companheirxs.

No mesmo dia a ocupacao Sacco y Vanzetti foi fechada sem ordem judicial proibindo a entrada dxs pessoas que ali moram.

Mas alem da pena e da impotencia desse momento, estamos cheixs de forca para seguir apoiando, difundindo e solidariesando com nossxs compas, porque elxs não estão sozinhxs e nunca estarao. Sabemos que xs perseguem e xs prendem pelas suas ideias contra a dominacao e contra esse sistema que tenta nos destruir dia a dia.

Fazemos um chamado de solidariedade com xs companheirxs enclausuradxs e perseguidxs em mais uma de tantas montagens policiais, judicial e midiática. Porque a mídia está ñligada com o principal e maior repressor, o Estado!

Saudaçoes desde todas partes a nossxs companheirxs!
Solidariedade ativa sem fronteiras para lutar!

Liberdade imediata axs 14 companheirxs sequestradxs pelo Estado Chileno!

Liberdade a tdxs xs presxs subversivxs, antiautoritárixs e insurrectxs.

Detenções e buscas em conexão com a investigação do "Caso Bombas”

[Chile] Detenções e buscas em conexão com a investigação do "Caso Bombas”

Na madrugada deste sábado, 14, para domingo, 15, aconteceu uma mega operação policial em que foram usados até helicópteros, além do serviço de "inteligência de carabineiros" chilenos. Num primeiro momento houve cinco detido/as: 2 em Santiago Centro, 1 em Pudahuel e 2 em Valparaiso. A “desculpa oficial" para o cerco militar é dada pelo “Caso Bombas”, e a necessidade de esclarecer 23 atentados explosivos registrados em Santiago, que, segundo a polícia, teria ligação direta com o grupo de detido/as.

O primeiro ataque policial foi a Okupa La Crota (Santa Isabel # 380), onde seis pessoas foram presas. O local teve o portão principal arrebentado pela polícia. Em seguida foi a vez do CSO Sacco e Vanzetti (Santo Domingo # 2423), onde a porta da frente foi explodida pelos policiais, que também quebraram as janelas do imóvel. Ao mesmo tempo, houve duas invasões em Cerro La Virgen (Valparaíso), a duas propriedades particulares. Infelizmente, também invadiram o CSA Jonny Cariqueo (El Cobre # 8793, Pudahuel), onde não obtemos muitas informações adicionais.

Entre o/as detido/as estão:

• Pablo Morales Furiman: Ex lautarista. Detido na Okupa La Crota.

• Rodolfo Retamales Leiva: Ex lautarista.

• Omar Hermosilla Marín

• Andrea Urzúa Cid: Em 2008 supostamente tentou ingressar com TNT ao centro de extermínio onde se encontravam Freddy Fuentevilla e Marcelo Villarroel.

• Felipe Guerra Guajardo

• Cristian Cancino Carrasco

• Carlos Riveros Luttgue

• Camilo Pérez Tamayo

• Iván Goldenberg González: Detido em Valparaíso. A polícia afirma que o revólver que portava no momento da morte do anarquista Mauricio Morales era de propriedade do Iván.

• Candelaria Cortés-Monroy Infante

• Francisco Solar Domínguez

• Mónica Caballero Sepúlveda

Mais infos, imagens, vídeos e atualizações:

› http://www.hommodolars.org/web/spip.php?article3395

agência de notícias anarquistas-ana

dança na janela
vermelha e branca — asa
pássaro é flor

Nydia Bonetti

[México] Declaração conjunta

Liberdade o/as oito companheiro/as anarquistas seqüestrados pelo Estado chileno!

Pela liberdade do/as preso/as anarquistas do Chile, pela liberdade de Víctor Herrera, Abraham López, Adrián Magdaleno González e de todo/as o/as nosso/as companheiro/as preso/as em todo o mundo!

Pela extensão da guerra social!

Pela insurreição generalizada!

Pela demolição dos cárceres!

Pela destruição do Estado-Capital!

Pela Anarquia!

Companheiro Maurício Morales: PRESENTE!

No sábado, 14 de agosto, em plena madrugada, no meio de um forte dispositivo policial e com a cumplicidade dos meios de comunicação de massas chilenos, se levou a cabo mais uma montagem sem escrúpulos contra os grupos anarquistas e o/as lutadores/as antiautoritário/as, com a polícia invadindo com extrema violência o Centro Social Okupado e Biblioteca Sacco y Vanzetti; o Centro Social Autônomo e Biblioteca Libertária Jonny Cariqueo; o Centro La Crota e uma dezena de domicílios particulares em Santiago do Chile e Valparaíso, detendo catorze companheiro/as sob as acusações de “associação ilícita” e “colocação de artefatos explosivos”.

Depois de dezessete horas de “formalização de encargos” e do minucioso registro de informação, foram posto/as em “liberdade com medidas cautelares” seis companheiro/as do grupo do/as catorze detido/as; continuando seqüestrado/as pelo Estado o/as companheiro/as Andrea Urzúa Cid. Felipe Guerra Guajardo, Francisco Solar Domínguez, Omar Hermosilla Marín, Mónica Caballero Sepúlveda, Pablo Morales Fuhriman, Rodolfo Retamales Leiva e Vinicio Aguilera Mery; segundo os encargos impostos pelo fiscal Alejandro Peña, com a vênia do Ministro do Interior, o fascista Rodrigo Hinzpeter.

A Guerra Social não tem fronteiras; os inimigos que hoje encerram nas prisões do Chile os/as nosso/as companheiro/as, também são nosso/as inimigos - porque são os inimigos de todo/as o/as explorado/as e oprimido/as da Terra, os cicários guardiões do Estado-Capital - e sabendo bem isso o/as protagonistas anti-autoritário/as das lutas libertárias no Chile esperam a nossa decidida solidariedade.

Hoje, a Solidariedade Direta volta a ser a arma mais vigorosa do/as oprimido/as e explorado/as, diante do olhar atônito dos maquiadores da sociedade do espetáculo, dos vendedores de ilusões e esperanças. Uma vez mais os títeres não puderam mover a tempo os fios ocultos que freiam os desejos insurrecionais do/as excluído/as, por isso dizemos presente a este novo chamado à solidariedade internacionalista, da mesma maneira que souberam responder, há pouco tempo, os/as nosso/as companheiro/as chileno/as ao chamado à solidariedade com o/as nosso/as preso/as.

O alastrar da luta e a sua dinâmica voltam a mostrar que a insurreição libertária não é coisa do passado, mas que se materializa em antagonismo cotidiano, deixando para trás e para sempre a resignação, a alienação e a espera pelo “paraíso prometido”.

Hoje voltamos a ser o pior pesadelo do Poder, a força selvagem que fará arrebentar, aqui e agora, o Estado-Capital.

Por isso o nosso chamado à Solidariedade Direta com os Oito do Chile, é o chamado a estender a Guerra Social, o chamado a abandonar os protestos inúteis e as cartas com súplicas e exigências. Como anarquistas insurrecionalistas, sabemos que a nossa tarefa é a destruição total do Estado-Capital, por isso convidamos e encorajamos a todo/as a ir para além do discurso articulado, a partir do conforto e comodidade do computador, para a libertação do/as nosso/as companheiro/as.

No entanto, estamos conscientes dos perigos que enfrentamos nesta necessária luta frontal contra o Estado-Capital e também por isso chamamos à precaução. Trata-se de se fazer libertar os/as nosso/as preso/as, não de encher as prisões do inimigo. O Estado-Capital se beneficia com os nossos equívocos. Triunfa cada vez que consegue capturar um ou uma companheiro/a e colocá-lo/a atrás das grades. Por isso é importante planejar bem as nossas ações; escolher adequadamente os nossos objetivos e compreender perfeitamente o sentido revolucionário da ação direta e da propaganda pelos seguintes motivos:

Contagiar com o indomável espírito insurrecional todo/as o/as excluído/as;

Contribuir com cada ataque para o desenvolvimento do movimento real do/as excluído/as.

Arranquemos das garras do Estado-Capital os/as nosso/as companheiro/as chileno/as!

Resgatemos das suas masmorras Andrea Urzúa Cid, Felipe Guerra Guajardo, Francisco Solar Domínguez, Omar Hermosilla Marín, Mónica Caballero Sepúlveda, Pablo Morales Fuhriman, Rodolfo Retamales Leiva e Vinicio Aguilera Mery!

Saquemos dos seus cárceres Víctor Herrera, Abraham López, Adrián Magdaleno González e todos os/as nosso/as companheiro/as preso/as em todo o mundo!

Que viva o esplendor do fogo antagonista, o rugir ensurdecedor dos cadeados, o zumbido alegre das rochas arrebentando contra os escudos e os capacetes dos guardiões-lacaios do Estado-Capital!

Que se ilumine a noite!

México, Planeta Terra, 21 de agosto 2010.

Rabia y Acción

Coordenadora Insurrecional Anarquista

La Conspiración del Fuego

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

Haicaizar
Haicai
Enraizar o encanto

Karlinha

Embaixador chileno no México foi ameaçado de morte por causa das detenções no caso bombas


O embaixador do Chile no México, Germán Guerrero, foi ameaçado de morte por desconhecidos que o advertiram, em dois e-mails, que o matariam se não forem liberados os anarquistas detidos em Santiago em 14 de agosto, revelou à agência EFE uma fonte policial.

As mensagens foram recebidas em 24 de agosto, às 20:45 no horário local, e assinadas com “Células Autônomas de Revolução Imediata”, precisou a fonte.

A fonte confirmou ainda à agência EFE que na passada quarta-feira foram recebidos outros dois e-mails ameaçadores na embaixada do México no Chile.

Os autores das mensagens de quarta-feira à embaixada mexicana ameaçavam com “fazer voar” a sede diplomática “se não libertarem os nossos contatos no Chile”.

“Se em fevereiro (a embaixada) já ficou semi-destruída desta vez destruí-la-emos completamente”, dizia um dos e-mails em alusão a um ataque com pedras e paus que no passado dia 11 de fevereiro sofreu a delegação diplomática e que ocasionou vários danos.

Os e-mails advertiam também para que alguns funcionários da delegação tivessem cuidado com os seus familiares no México e recordava-lhes que nesse país “funciona o crime organizado”.

A Polícia de Investigações (PDI) está realizando perícias aos correios eletrônicos e investiga os antecedentes técnicos das contas de que foram originários, com o objetivo de chegar aos autores.

Os primeiros antecedentes apontam para que as mensagens eletrônicas tenham a sua origem no México.

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

bambu quase quieto,
voltado para o poente,
filtra a luz da tarde.

Alaor Chaves

Chile: Comunicado de Mónica Caballero, Presa Anarquista


A tod@s @s insurrect@s:

A hegemonia do Poder foi colocada em cena no dia 14 de agosto por volta das 7 a.m., quando efetivos do GOPE entram no lugar onde moro ou morava, a casa okupada “La Crota”, tirando a cortina de nossa biblioteca, o CDAI (Centro de Documentação Anarquista Itinerante), amarrando-a a um automóvel. Ao escutar o estrondo, pude apenas sair ao pátio onde a polícia, armada até os dentes e com sua prepotência característica, me levam. Posteriormente sou levada a um local onde me foram lidas as acusações pelas quais estou sendo detida. Dentro do mesmo procedimento me efetuaram um exame nas mãos, no qual se buscavam traços de explosivos. Tal exame foi feito sem estar a par nem me explicarem nada: erro garrafal de minha parte. O mesmo exame é realizado em duas pessoas que se encontravam em meu amado lar, Vinicio Aguilera e Diego Morales, o qual é a única prova que a polícia possui para nos culpar.

Me despedi de meus companheir@s irmãos/ãs, canin@s e felin@s. Um de meus companheiros de 4 patas jamais deixou de grunhir para a polícia. Não se afastou de nós. Acariciei seu lombo e me levaram até a parte dianteira da casa, a biblioteca (CDAI), que estava destruída, como um postal clássico dos regimes totalitários. Neste momento me foram colocadas as algemas que me acompanhariam por várias horas em repetidas ocasiões. Ao sair de meu amado lar, o qual o fiscal chamaria de “centro de poder”, a imprensa buscaria a tomada e/ou foto perfeita dos “colocadores de bombas”. Só receberam nosso mais profundo desprezo. Com a cabeça nunca abaixada, aproveitei a ocasião para vociferar um lema pel@s pres@s mapuche, que atualmente se encontram em greve de fome. No carro da polícia consegui ouvir alguma notícia difusa. Ao chegar à 33 Delegacia encontrei vári@s na mesma situação que eu e certamente continuariam chegando. Somos 14. O controle de detenção se encontrava cheio de companheir@s, amig@s, familiares, afins, irmãos/ãs, @s quais assim como nós sentiam a incerteza. Associação Ilícita Terrorista e colocação de artefato explosivo são as acusações que me fizeram. A formalização se realizaria na terça-feira.

Ao saírmos da sala conseguimos escutar os gritos cheios de ira e raiva d@s noss@s. Gritos que remexeram o mais profundo e encheram de força para o que vem. Não estamos sós!! Suas ações e atitude me enchem de orgulho!! A espera pela formalização das acusações foi eterna. Incomunicáveis, sem ver nada das notícias, sem sequer um lápis. Ao chegar o dia no qual o Poder trataria de nos deixar o maior tempo possível na prisão, conseguimos por entre as grades e algemas tocar as mãos de noss@s companheir@s e a gritos cruzar alguma palavra.

Na audiência se restringiu a entrada a um familiar por cada acusad@. A Igreja se somava desta vez a Promotoria Sul e o Ministério do Interior. O promotor Alejandro Peña começou sua verborragia com os alicerces de acusação de Associação Ilícita Terrorista (a qual só existe na sua cabeça). Segundo este, a organização é informal, democrática e horizontal. Nos causou riso ao dizer. Tantos anos de investigação para tão complexa resolução? Que precária mentalidade para tão ilustres funcionários. Posteriormente segue com as provas de cada acusad@: elementos como livros, fotos, escritos, escutas telefônicas, PCs, pendrives, vídeos, cartazes e, provavelmente, este mesmo comunicado seriam o sustento de nossa periculosidade. Como se o circo fosse pouco, em um ato maquiavélico e cruel do tão respeitado promotor, mostra fotografias de Maurício Morales morto após detonar o artefato explosivo que estava direcionado à escola de carcereiros, em maio de 2009. Buscava nos quebrar, mas apenas alimentou nosso ódio. Uma grande prova seria a declaração de Gustavo Fuentes Aliaga, vulgo “El Grillo”, traficante que no dia 31 de dezembro de 2008 apunhalava 7 vezes a sua esposa, Candelaria Cortéz-Monroy. 180 dias de investigação são os que outorgou o juíz.
Mas já não seríamos 14, mas 8. Seis companheir@s não permaneceriam sequestrad@s nas masmorras do capital. Um forte abraço para el@s. Não lhes basta os 4 promotores e os anos de investigação para buscar novos antecedentes para montar uma artemanha de proposições e assim nos deixar na prisão.
Atualmente me encontro no SEAS (Sessão de Alta Segurança) do CPF (Centro Penitenciário Feminino) de Santiago. Continuarei com minha dieta vegana. A luta contra a dominação não se negocia até as últimas consequências. Orgulhosa do que sou e dos meus, abraço cada gesto de solidariedade e rebeldia. Não me calarão. Ninguém mais que o indivíduo pode ou tem que lutar por sua liberdade, nada mais do que movido por seu coração. Que a natureza selvagem proteja os queridos felinos que correm pelos telhados e não chegue uma noite de negros augúrios. E a tod@s hoje e sempre:

“Nem deus, nem mestre”

Com o coração feito merda, mas latindo mais forte do que nunca!!

Pelo fim de toda dominação e exercício de autoridade, procurem que viva a anarkia!

Mónica Caballero, SEAS, CPF, Stgo de $hile. Presx Anarquista

14 COMPANHEIR@S CHILEN@S PRES@S ACUSAD@S DE TERRORISMO


Bem-vind@ ao Chile, sociedade de cárceres e carcereiros:

SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

com @s 14 sequestradas e

sequestrados pela

“democracia” no Chile!

No sábado passado, 14 de agosto, nas cidades de Santiago e Valparaíso, uma ação coordenada por policiais de todos os tipos e parafernálias (GOPE, forças especiais e labocar) invadiram violentamente três centros sociais ocupados e várias casas particulares em cinco comunas, intimidando com armas de guerra, quebrando janelas, portas, e confiscando material de todos os imóveis.
14 detid@s que ignoravam o porquê de sua detenção, dos quais 3 dias depois, 6 deles saem em liberdade condicional por falta de provas, enquanto as pessoas detidas são isoladas no cárcere de segurança máxima, esperando por um processo de investigação de 180 dias, correndo risco de pegar 20 anos de cárcere, por uma suposta associação ilícita terrorista na qual se delegariam o trabalho de confecção e detonação de bombas que explodiram nos últimos tempos na capital. Esta associação estaria constituída, segundo a promotoria, de hierarquias e “cabeças”, suposição absolutamente contraditória se falamos que a maioria d@s sequestrad@s, por convicções ideológicas anarquistas, se opõem rotundamente a líderes e hierarquias…

Este tem sido o resultado de seu espetáculo atual, um desfecho perfeito para os titereiros e carcereiros do poder de plantão, e sobretudo para estes honestos cidadãos, que tanto gostam da paz dos mortos, que com sua ajuda, vão apagando a história d@s oprimid@s, com simulações, prisões e resignações.

“O caso bombas” é o nome que sucessivas vezes volta às manchetes como uma novela em capítulos, na qual os atores principais; ministro do interior, promotor e suas polícias sequazes, fazem o necessário para capturar @s “indesejad@s” anarquistas.
O início do midiatizado “caso bombas”: saga de perseguições policiais, na qual os protagonistas fizeram seu debut, como remonta o dia 10 de setembro de 2006, às vésperas de uma data histórica no Chile, em que alguns/mas recordam lamentando a seus mortos e desaparecidos na ditadura, enquanto outros e outras manifestam seu descontentamento pela falsidade da democracia, que não mudou muito em relação à ditadura.
Neste contexto de protestos, no qual uma bomba molotov é lançada contra o Palácio do Governo, as imagens deram a volta ao mundo, o símbolo da democracia aliancista ficou em pedacionhos, seu ponto fraco; o fator fraternal unificador de esquerdas havia sido alterado.
Duas semanas depois do ocorrido, um vasto contingente policial invadia a okupa “la mansión siniestra”, prendendo 6 pessoas que, para sua surpresa haviam se tornado, graças ao trabalho da imprensa, uma associação ilegal:”fabricantes de bombas molotov”, “delinquentes violentos”, “vândalos”. Um cenário não muito distinto do que hoje vivem @s 14 compas acusad@s.
Neste contexto, a policia, que não contavam com sua astúcia, de que suas evicências não tinham nada de concreto, já que os materiais encontrados para a confecção de bombas que supunham eram simples utensílios domésticos comuns. Os molotovs nunca existiram. Durante o processo de formalização, os 6 protagonistas desta história, eram a pior aberração moral existente, e a opinião pública até então legitimava a condenação de até cinco anos que lhes estavam dando de cárcere. Mas OPS… Erro! As suposições eram falsas, a montagem policial havia se revelado. Finalmente estas seis pessoas não cumpriram a pena que lhes tinham sentenciado, e depois de onze dias presos no cárcere de segurança máxima saíram em liberdade. Como é de se esperar, nenhuma instituição respondeu pelos danos e castigos corporais e psicológicos irreparáveis, nem pelos pertences apreendidos d@s companheir@s.

4 anos se passaram desde este incidente, e neste percurso, as montagens, desigualdades e repressões estão na ordem do dia…

Para dizer APENAS ALGUNS exemplos concretos: segundo a pesquisa de “caracterização socio-econômica nacional” (casen), a brecha econômica aumentou de 13% a 15% desde 2006, e ainda assim a programação do governo pretende gastar 135 milhões de pesos para construir, a partir desde ano, 10 novos cárceres, que em seu total somariam mais de 16 mil e 500 novas vagas ao atual sistema penitenciário; também não é menos importante saber, por fontes do mideplan, que 64% da população penal é analfabeta ou não completou seus estudos básicos, ou seja, as pessoas mais pobres e marginalizadas do sistema. Ficando claro que interessa investir para o sistema no encarceramento ao invés da educação. Entretanto estes cárceres necessitam de carcereiros…

Depois que a coalizão esteve uma década encarregada de governar, assassinar a 42 pessoas, e favorecer, ao invés de mudar, como no início prometeu, o desenvolvimento da “constituição política do Chile” da ditadura, fortalecendo-a mediante reformas, e continuando com a tradição de criminalização dos movimentos sociais, com o aperfeiçoamento da lei anti-terrorista - em que uma de suas modificações é colocar os policiais como “testemunhas de fé”, proporcionando-os assim veracidade para as montagens contra aquel@s que representam uma ameaça para seu sistema, entre outras barbáries.
Chega o ano 2010, o turno da “coalizão pela mudança”, com Sebastian Piñera no poder. Pró-ditadura, colaborador número um no estabelecimento do modelo neo-liberal, não esquecemos ainda que foi ele quem brindou aos chilenos e chilenas a oportunidade de ter cartões de crédito para viver trabalhando e assim pagar suas dívidas, mas por sobre todas as coisas, hoje, saibam, muito famoso por seu lema “batalha contra a delinquência”, em que nos demonstra sua efetividade no que se refere à suposta “segurança”. Em outras palavras e para ser um pouco menos moderad@s por fim: carcereiros que asseguram a propriedade de seus colegas empresários. E que para certificar-se de que assim funcione o Sr. presidente desenvolverá o reforço da repressão contra a população historicamente reprimida, aumentando o contingente policial para 15 mil carabineiros e policiais civis, que já se apresentavam há alguns meses atrás com um incremento de seus salários de 18%. É assim que a “batalha contra a delinquência”, além de ser um método exemplar para demonstrar a ineficácia da coalizão, irrompeu tragicamente em nossas vidas.
Hoje somos colocad@s como seus bodes expiatórios, como dementes em uma vitrine midiática, para ganhar “simpatias morais’ entre @s expectadores e legitimar assim seus triunfos, tão cobiçados por estes novos carrascos, que por sua vez, com esta caçada encobrem outros fatos, intencionalmente invisíveis para os meios, como a greve de fome de 32 prisioneiros políticos mapuche, que lutam contra a adversidade da justiça chilena e que exigem seus direitos naturais. Ou o que também omitem: ao utilizar o equipamento mais barato que o efetivo para resgatar 33 mineiros presos há vários dias.

Hoje 14 companheir@s, entre el@s, anarquistas, comunicador@s e lutador@s sociais, solidári@s às causas injustas, participantes recorrentes de centros sociais ocupados abertos onde funcionam bibliotecas, videotecas, hortas, se compartilha e questionam idéias e ações, em fóruns e atividades de maneira horizontal são automaticamente criminalizad@s. Aos promotores bastam evidências muito ambíguas para privá-l@s de sua liberdade, como por exemplo uma chamada telefônica interceptada onde a mãe pede a um dos acusados que se cuide. Os espaços ocupados abertos e as pessoas comprometidas dia-a-dia a denunciar e transformar com suas próprias vidas a sociedade, tem sido mais vulneráveis às apreensões do Estado, evidenciando que a perseguição é também ideológica.

Do que estão falando quando nos culpam de terroristas? Quem são os verdadeiros terroristas?

Chamamos tod@s a construir uma rede de apoio internacional pel@s presos e presas de 14 de agosto. Hoje mais do que nunca! Internacionalistas do mundo, a solidariedade e a ação, com os sequestrad@s das mentiras do Estado chileno!

furiosamente, radio nomadista.