Comunicado de Greve de Fome:
Ao se cumprir 45 dias de nossa mobilização com características de Greve de Fome contra a absurda montagem repressiva, criado e legitimado pelo ministério público e ministério do interior, como também pelo fim da lei antiterrorista, instrumento jurídico utilizado para perseguir e aniquilar a todxs xs que organizam o descontentamento social; podemos manifestar que nossos corpos começam a evidenciar mudanças notórias, como por exemplo:
-Queda de peso médio entre 11 e 13 kilos.
-Alteração de sinais vitais (pressão alta).
-Cãimbra.
-Arritmias cardiacas.
-Cefaléias prolongadas por longos períodos de tempo.
-Secura na pele.
-Dores musculares e de articulações.
-Enjôos.
-Cansaço físico.
É um fato que com o passar das semanas os problemas físicos vão aumentar, mas somos conscientes do trascendental desta luta com o anseio de pisar novamente as ruas. Por isso a greve de fome foi assumida indefinidamente.
Reconhecemos que nesta ação, que pouco a pouco, trascende as grades e as fronteiras, não só está em jogo acabar com as pretensões do estado, na figura do fiscal peña, de nos manter seqüestrados por longos anos no interior de suas sinistras masmorras, mas também pretende deixar alerta a todxs xs organizadorxs pela libertação dos povos, axs antiautoritárixs e anarquistas, a estudantes e trabalhadores enfrentados aos modelos de dominação por melhoras em seus direitos, que a campanha de terror, política e comunicacional vai continuar de forma escancarada e sem ética contra toda resistência ao sistema de exploração e depredação capitalista; y as armas a ser utilizadas pelo estado de direito serão as mentiras policiais (evidências) e a lei antiterrorista.
Com nossa detenção o poder sentenciou uma mensagem descarada para promover o amedrontamento naqueles que duvidam em seus compromissos de apoio mútuo, como também, debilitar os projetos de emancipação. É a mesma casa da moeda que na segunda-feira 4 de abril mostrou o terrorista Peña e seus seguidores ao assistir com toda a parafernália da mídia, da qual é o ator principal, ao mal da justiça com o objeto de entregar segundo ele “numerosas provas em 600 folhas que permitem continuar com o processo condenatório. São mais de 7000 evidências, 800 testemunhas (quatro delxs sem rosto), todas provas contundentes para creditar a existência de uma associação ilícita terrorista”, que pelo visto só existe na cabeça torta do fiscal. Inclusive, este personagem se deu o luxo de manifestar que com isto “encerram-se 5 anos de investigação”. Resultam surpreendentes estas afirmações quando estamos sendo acusados da colocação de 29 dos mais de 120 bombas que já foram colocadas no país.
Seu espetáculo, suas penas do inferno que vão desde 10 anos à prisão perpétua, já não nos surpreendem, nem amedrontam, estamos conscientes de que até agora este tem sido um julgamento político no qual diversos poderes fácticos permitiram e justificam todo este show, elaborado poucas semanas depois de destituido o promotor Javier Armendáriz, quem com as mesmas provas e evidências jamais pôde comprovar nenhum ilícito.
Temos a esperança de que toda esta farsa virá por água abaixo graças a nossa defesa e principalmente como produto do compromisso solidário de todxs aqueles que não se deixam amedrontar com o fustigamento policial, que fazem da rua um espaço concreto para tensionar axs indivíduxs para se contagiar por recuperar a memória da luta. Esta intenção comprometida deve nos ajudar a acordar, potenciar e multiplicar as redes de apoio necessárias para enfrentar o atual momento.
Nossas forças e ânimo estão firmes. Cada ação de protesto, marcha, motim, ocupação de embaixada, declaração pública diante de nossa reivindicação de liberdade imediata e o que demonstra um compromisso fraterno com a greve de fome é um alimento estimulante para seguir adiante em nosso objetivo. Nada nos amedronta. Somente queremos pisar logo as ruas, orgulhosos de nossa história.
SOLIDARIEDADE CONSCIENTE E COMPROMETIDA COM A GREVE DE FOME!!
FIM AO ESTADO TERRORISTA!!
ATÉ DESTRUIR TODAS AS GAIOLAS!!
Prisioneirxs imputadxs do tal caso bombas. Módulo de Segurança Máxima, Santiago 5 de Abril de 2011