Nosso grito em solidariedade a estes presxs políticxs não é somente um apoio que visa melhorar as condições destas pessoas, é uma parte da luta anticarcerária cujo objetivo visa a destruição da civilização patriarcal e industrial e seus mecanismos de controle, a cara que conhecemos do Estado, a polícia e as instituições de claustro e dominação comportamental, a prisão. Tal objetivo não pode ser concretizado sem apoiar uma perspectiva radical de destruição do existente e a favor de uma vida radicalmente nova onde todo o potencial humano cultural e ecológico possa ser desenvolvido ao máximo. Esta sociedade castradora nos sufoca e queremos explodir toda forma de clausura e domesticação num êxtase de sensações e sabores. Os mecanismos de controle do Estado só são considerados necessário numa sociedade desigual e de classes. A prisão não faz parte da solução dos problemas na sociedade, faz parte do problema. Não pretendemos fazer aqui algum tipo de distinção ou hierarquia entre “presxs sociais e políticxs”, pelo contrário, reconhecemos que uma suposta linha que por ventura venha a separar uma condição da outra é algo muito ondulante e complexo. Toda prisão é política e nossa luta não apenas pela libertação dxs presxs, mas pela destruição de todas as prisões. O que poderia ser considerado prisão social não é menos importante, pois é um ato evidentemente político. O crime, a infração, a expropiação é um fenômeno resultante das contradições éticas e econômicas dentro de uma sociedade, portanto é um ato de valor político. Porém, nesta publicação adotamos a expressão presxs políticxs para enfatizar que nos referimos ao conceito pessoas que cometeram “crimes” com uma proposta política manifesta, anarquista e antiautoritária, sem descaracterizar a connotação política de toda prisão.
Pela libertinagem de toda forma de vida, pela revolta selvagem.