Um pouco para rir::
EL MERCÚRIO
QUINTA FEIRA 9 DE JANEIRO DE 2009
Pesquisas em maos do fiscal regional oriente, Xavier Armendáriz:
Relatório chave de investigaçao de bombas identifica dois grupos anarquistas
A análise de inteligência divide aos grupos anarquistas. Óntem, o fiscal nacional Sabas Chauán confirmou que segue a pista deste tipo deorganizaçoes.
JAIME PINOCHET E DAVID MUÑOZ
"Anarcoterrorismo". Esse é o conceito que desenvolvem os fiscais que indagam as 63 explosoes que se registraram na regiao metropolitana desde 2005.
Trata-se da definiçao que utilizam os grupos que estao por trás destes atentados e que foram identificados num informe que consta na pasta de investigaçao dos fiscais Xavier Armendáriz, Rodrigo Lazo e Francisco Jacir.
O documento, ao que acessou "El Mercurio", foi elaborado pelo psicólogo social Erik Marín, especialista em temas de inteligência e que trabalhou com a polícia nessas matérias.
Marín determinou que no Chile existem dois correntes anarquistas, às que diferenciou com "K" e com "Q".
O primeiro grupo de "anarkistas" está conformado por sujeitos que pertencem a tendências de corte literário, culturais, ecologistas e okupas. Habituais dos protestos e mobilizaçoes socais, possuem uma estètica punk ou hardcore. Incluem-se também sujeitos descolados de grupos subversivos (ver quadro). Trata-se de pessoas marginais e inclusive vinculadas ao mundo da delinqüência e com antecedentes penais.
Em troca, os "anarquistas" sao indivíduos que se agrupam em universidades, com redes sociais e relacionados com algums partidos de esquerda.
Sao pessoas mais convencionais ou "corretas", sem antecedentes penais, que cuidam de seu aspecto e alimentaçao, mas continuam sendo antisistêmicos.
Estes grupos copiam modelos europeus, particularmante o "anarco-insurreicionalista", que começou a operar na Itália há oito anos. Por isso, vários dos atentados registrados em nosso país têm sido reivindicados a grupos com nomes de intelectuais anarquistas europeus. Como por exemplo, o grupo Forças Autonômicas León Czogolscz, Antonio Román Román e Severino di Giovanni.
Segundo o relatório do psicólogo social, os autores dos últimos atentados sao uma mistura da "K" e a "Q". Estao unidos numa plataforma de "açao social" contra o "capitalismo".
Por tal razao, investigam-se grupos mapuche, okupas, coletivos anarquistas e bandas musicais de punk rock e hardcore, além de exm-membros de grupos subversivos, tais como o ex lautarista Marcelo Villarroel -preso na Argentina e requerido no Chile pela morte do cabo Moyano-, quem criou a organizaçao "Kamina libre" dentro do Cárcere de Segurança Máxima.
O relatório inclui além disso uma análise de 91 atentados registrados desde 2004, quando realizou-se o Forum Social do Apec em nosso país.
Determinou-se que o objetivo destes atentados sao entidades representativas do Estado, a Igreja e instituiçoes financeiras, localizadas particularmente no setor oriente da capital. Além do mais, os atentados se produzem em horas de baixo fluxo de transeúntes com o objetivo de nao atingir a populaçao.
Chahuán aconselha usar Ley Antiterrorista, diz que é indicado.
O fiscal nacional, Sabas Chahuán, referiu-se óntem à investigaçao que segue o Ministério Público pelo caso das bombas. Consultado sobre a aplicaçao da Lei Antiterrorista em contra dos responsáveis, respondeu que "os fiscais analizarao o caso concreto. Si este, de acordo com a convicçao do fiscal, concorre à Lei Antiterrorista, será invocada e vao contar com meu respaldo".
A respeito dos antecedentes que conhece sobre as organizaçoes que estao por trás destes atentados, Chahuán sosteve que trata-se de diversos grupos anarquistas, com vínculos entre eles, que operam através de células e que realizam manobras de contrainteligência.
Este último dado é o que tem transformado esta investigaçao em caso de "alta complexidade".
Apesar disso, o fiscal nacional garantiu que a causa mostra avanços e que está na espera dos resultados das diligências.
"As polícias sao as que relizam as investigaçoes neste caso e os fiscais somente as dirigem.
Estamos na espera de que essas diligências dêm resultados", afirmou.
A respeito das linhas investigativas, disse que utilizam algumas, mas que nao podem ser comentadas públicamente.
Nos últimos três anos a Fiscalía Nacional tem utilizado diversas estratégias para combater os atentados com bombas. Num primero momento nomeou-se ao fiscal Francisco Jacir para que trabalhasse de forma exclusiva no caso. Posteriormente somaram-se à investigaçao os fiscais Emiliano Arias e Rodrigo Lazo, este último como fiscal adjunto.
Atualmente as indagatórias sao lideradas pelo fiscal regional Xavier Armendáriz.
A aliança mapuche-anarquista que se começou no interior do CAS
Uma aliança mapuche-anarquista é outra aresta acreditada no relatório realizado pelo psicólogo Erik Marín, que descreve como começou a relaçao entre ex subversivos e comuneros mapuche.
A história começou no 9 de agosto de 2002, quando o lonko Luis Ancalaf, Víctor Ancalaf (processado e detento pela Lei Antiterrorista) e os werkenes César Ancalaf e Modesto Ancalaf visitaram no Cárcere de Segurança Máxima (CAS) de Santiago a Marcelo Villarroel, que criou a agrupaçao subversiva "Kamina Libre", conformada por integrantes do Movimento Lautaro. Estes conseguiram tecer redes externas de apoio logístico para facilitar a saída dos chamados presos políticos, entre eles Juan Aliste Vega e o próprio Villarroel.
Este movimento adotou o modelo anarquista insurreicional italiano-griego: enquanto estiveram recluídos, seus membros conseguiram conquistar estudos universitários.
Na Cúpula de 2002 os comuneros solicitaram ajuda para iniciar uma ofensiva de recuperaçao de suas terras no sul do país.
Entre outras recomendaçoes, os subversivos ofereceram desenhar e aplicar estratégias de ataque violento em terreno para reivindicar seus direitos como povo originário.
O estudo conclui sobre essa aresta que "o panorama é pouco alentador, dadas as características dinâmicas que é possível observar no funcionamento destas redes. Isto, porque uma vez acabadas as sabotagens e sentam a repressao do Estado, vêm um período mais duro expresso em açoes contra seus representantes, situaçao que estamos vivendo".
O vínculo do "Grillo", um anarquista com "K"
Gustavo Fuentes Aliaga, vulgo "El Grillo", um jovem anarquista e okupa conhecido no mundo do lumpem, foi detido na madrugada do 1 de janeiro por esfaquear sua companheira. Os fiscais "antibombas" aproveitaram esa conjuntura para investigá-lo, pois trata-se de um conhecedor do mundo "anarkista". Fontas da causa asseguram que entregou pistas e nomes. Inclusive tería reconhecido ter participado na gestaçao de vários atentados. O sujeito está preso pelas lesoes graves que provocou a C.C.M., mas continua sendo requerido pelos fiscais e policiais de inteligência que trabalham no caso bombas.
Segundo a polícia, é um, jovem perigoso. Seus pares o chamam de "tóxico". Seu nome saliu do anonimato em 2004, quando foi detido, juntamente a vários encapuzados, por participar em fatos de violência durante os protestos contra a Cúpula do APEC, no setor de avenida Grécia, próximo do campus Juan Gómez Millas da Universidade do Chile.
Com ajuda de outros violentistas, Fuentes interceptou a um cabo de Carabineros motorizado para agredí-lo e posteriormente queimar sua moto. Foi processado e logo deixado em liberdade. Um ano depois voltou a aparecer quando a polícia desarticulou uma rede de tráfico dentro do campus universitário. Isso nao o fez parar. Voltou às ruas e continuou protestando. Em outubro de 2006 foi relacionado ao atentado incendiário contra o Palacio de La Moneda durante uma comemoraçao do "11". Mas nao era ele. Foi identificado jogando bombas molotov no setor do Cemitério Geral. Foi detido, formalizado e condenado.
2004
Esse ano registraram-se 15 atentados e o primeiro ocorreu na embaixada do Brasil, no 23 de março.
2005
No ano seguinte houve 11 atentados. A maioria afectou bancos.
2006
O terceiro ano de explosoes começou na ANI. Em total se colocaram 14 bombas.
2007
22 bombas juntam-se à lista. Os objetivos foram bancos e Estaçoes de Polícia.
2008
No ano passado registraram-se 23 ataques. Um deles foi na sede da SOFOFA.
2009
Seis bombas têm sido colocadas este ano. Um día houve quatro ataques.