quinta-feira, 17 de março de 2011

Criminalização das Lideranças Guarani Kaiowa no MS


“Quando nós indígenas nos organizamos e retomamos nossas terras, eles [o Estado] nos chamam de formadores de guadrilhas, ladrões, invasores, bandos e processam a gente e nos prende, nos torturam, nos massacram e nos matam.” (Liderança Guarani Kaiowá durante encontro Aty Guassu, realizado no ultimo fim de semana, dias 11, 12 e 13 de março de 2011, na aldeia Takuara, Juti – MS.

As lideranças reunidas na selebração do Aty Guassu, manifestaram preocupação com o precesso de criminalização que vem sofrendo desde as primeiras retomadas.

No Mato Grosso do Sul, indígenas acampam nas margens das estradas e rodovias a espera de que o governo demarque e homologue suas terras.

Um desses grupos, a comunidade Laranjeira Nhanderu, acampado ha quase dois anos na BR 163, municipio de Rio Brilhante, foi despejado do local a pedido da DNT (consorcio rodoviario). Antes de acamparem na margem da rodovia, foram despejados pela justiça federal de sua Tekoha. “Para onde eles vão, aquelas familias, que já foram despejados de suas tekoha e encontraram na margem da rodovia uma opção para se organizarem e morarem?”, indaga uma das lideranças, indignado pela situação que estão passando.

Quando os pistoleiros não dão conta de calar e conter as lideranças indígenas é aí que o Estado brasileiro entra na questão, não para defender e proteger os interesses dos povos indígenas como consta na Constituição Federal, mas para criminalizá-los, acusando-os de formação de guadrilha, invasão de propriedade e logo vem as prisões, no Estado do Mato Grosso do Sul, hoje estão presos 148 lideranças indigenas.

Não existe nenhum conflito causado pelos indígenas, a situação de guerra que se estabelece por todo o pais é ocasionada pela não demarcação das terras dos povos indigenas, ou seja, quem provoca a situação de conflito é o Estado brasileiro, que além de não cumprir com o estabelecido nas leis nacionais e internacionais, ainda se omite na hora de penalizar os invasores e assassinos de indígenas, fazendo da impunidade mais uma arma contra os povos indígenas.