Um abraço apertado axs insurretxs
Um aviso ao inimgo seqüestrador
Um aviso ao inimgo seqüestrador
Não existe, dentro das instituições, da burocracia e do agir dos estados democráticos deste continente ou do mundo, um procedimento que possa de alguma forma aliviar nossa angústia nem representar nossos anseios. Estas palavras estão dirigidas ao que quer que reste de humano ou sensível, ou de qualquer pessoa que leia este manifesto, mas parece que estes burocratas petrificaram seu coração no mais azedo fascismo, se é que sequer chegou a existir algo de humano nesses carrascxs que fazem parte das autoridades do Estado Chileno. A alma do Estado Chileno e seus representantes perderam completamente qualquer noção de decência, humanidade e respeito. A monstruosidade, a voracidade com que esse território é governado está tentando acabar com a vida do mais belo que há nessas terras, a rebeldia e a sede de transformação social de um bando de amadxs antiautoritárixs e anarquistas.
A repressão que açoita os corpos de nossxs companheirxs, as grades, a infâmia, as asneiras faladas pela mídia, a hipocrisia, a nóia estúpida da segurança pública, a intransigência, o poder, a demência do Estado Chileno está se agravando a cada dia que passa. Até onde pretendem chegar com toda essa truculência repressiva? Muito se gabam, dizendo ser parte de uma "democracia sólida", mas a verdade é que são um dos países mais vergonhosos do continente, pois tratam com truculência todxs aquelxs que se opõem à suas leis.
O sul do Chile está em estado de sítio. Dezenas de presxs políticxs Mapuche, ano após ano, fazendo uma e outra greve de fome, exigindo respeito e atenção a suas reivindicações. Agora estão cumprindo mais uma vez mais de 56 dias em greve de fome. O Estado reage diante disso com as mais sujas manobras de repressão. A mídia aponta, a polícia dispara. A cada ano morrem vários jovens, assassinados pela polícia em suas operações de repressão à expressão de rebeldia e infoncormidade com o sistema imposto. O terrorismo de Estado se instaurou como uma manobra banal de lidar com centenas de pessoas que não aceitam o capitalismo como economia, o estado como governante, a prisão como destino, a propriedade privada como deus, o fascismo como política, o patriarcado como normalidade. Até onde pretendem chegar com tanta demência repressiva?
A terra é livre, não lhes pertence. A terra é o lar de todxs e cada um dxs seres vivxs. Nem todo mundo quer viver sob o jogo do trabalho escravo e a obediência a suas insanidades. Existem pessoas que não falam a mesma língua das autoridades. Pessoas que almejam viver de uma forma muito diferente do que é imposto atualmente. Pessoas que estão dedicando suas vidas a construir outras formas de se relacionar entre si e com xs outrxs seres vivxs. Pessoas que estão batalhando todos os dias para recuperar os espaços materiais e simbólicos indispensáveis ao desenvolvimento pleno do potencial vital de todxs e cada um dxs seres que se sintam a fim com esta proposta anárquica.
A terra é fértil, a natureza é sábia, tudo que existe tem o potencial de coexistir em liberdade e harmonia. Mas a febre de uma elite quer dominar e subjugar a existência de milhares de seres a mais nefasta servidão. Quem sabe quantos kilômetros quadrados estão destinados à morte, ao asfalto, para que um sem fim de mercadorias, das mais absurdas e doentias sejam frenéticamente transportadas para o consumo de ávidxs consumidorxs e produtorxs de lixo e mais lixo, escravos do lucro e dxs caprichxs de uma burguesia e parceirxs autoridades que não conhecem o mundo real. Esta casta vive escondida em seus pequenos castelos, sendo transportada entre helicópteros, carros, guardacostas, hotéis, jatinhos particulares e os mais bizarros delírios de superioridade, agindo como se tivessem legitimidade para tomar decisões absurdas em nome de todxs. Tornando tudo o que existe num objeto de manipulação do capitalismo e engranagem para o lucro de poucas empresas. Financiadxs pelo esforço e pela entrega vital de milhões de pessoas e animais que sequer chegam a sentir o cheiro das migalhas que lhes restam dessa produção.
A tortura está se diversificando e especializando. Os que não concordam com este mundo são espancadxs, assassinadxs, detidxs, perseguidxs, presxs, desalojadxs, foragidxs, apontados pela mídia que serve obedientemente. “Não tem pé, não tem cabeça, não tem coração que esqueça...”
A polícia chilena é uma das mais violentas do mundo. Qualquer um que visitar o país vai ver como xs manifestantes sao violentadxs cada vez que ousem erguer a cabeça e protestar contra esse mundo deshumano.
Nossos anseios não cabem em suas urnas, nossos desejos não cabem em seus programas de governo, nossa ética não se encaixa em suas leis, nossa raiva não será esmagada por seu exército particular de morte, nossa insurreição não será afogada em suas grades nem passará fome em sua economia miserável. Existe uma coisa muito mais forte, muito mais digno, muito mais contagiante que todo seu aparato militar, que é nosso amor pela liberdade.
Vocês tem o monopólio da violência, a propriedade da terra, o controle dos meios de comunicação, esses, entre outrxs aspectos, são os únicos motivos que os mantêm no poder. Porque legitimidade, de fato, não tem. Quem tem legitimidade não precisa de prisões, não precisa de polícia, não precisa de estúpidas mentias, não precisa de se esconder entre guardacostas e exércitos de cegos assassinos especializados. Quem tem legitimidade não precisa de se comunicar através de uma série de canais de televisão comprado. O tamanho das prisões e da repressão policial são o reflexo do medo daquela casta no poder que teme a resposta de todxs aqueles que oprime cotidianamente. A segurança pública é a necessidade de prevenção daqueles que sabem o tamanho da merda que estão fazendo com a vida de milhões de pessoas. Vocês inventam histórias, acusam nossxs irmaxs de "associação ilíita terrorista", montam uma farsa gigante para prender as pessoas que tiveram coragem de defender a memória de nosso irmão Maurício Morales.
Os crimes que vocês inventaram para prender nossxs companheirxs, mesmo que tivessem sido feitos, jamais vão alcançar o tamanho da violência estrutural que vocês vomitam diariamente encima de todas as pessoas. A Democracia é uma farsa, é mantida às custas da miséria e da exploração. No seu sistema não existe espaço para nós, e não queremos esse espaço, mesmo que ele fosse concedido o que queremos é uma vida sem prisões, sem autoridade, sem milicos, sem aglomerações de concreto que normatizem a existência das pessoas numa vida de servidão. Porque as cidades existem para guardar a propriedade privada, para cuidar das ruas que transportam as mercadorias e os valores que não servem a ninguém mais do que vocês e que valem muito mais do que as pessoas que o produzem.
Podem nos prender, nos calar, nos matar, não é assim, promotor, que esta guerra vai acabar...
Estamos aqui para protestar diante da tamanha covardia do Estado Chileno, que está prendendo todxs xs que se ousam lutar contra esse sistema miserável. A Michelle Bachelet, mesmo sendo supostamente de esquerda e tendo sofrido algumas das conseqüências da repressão da ditadura, é uma vergonha para o gênero feminino. Michelle Bachelet é responsável pela prisão política de mulheres Mapuche. Ignorou dezenas de campanhas de Greve de Fome que dezenas de Mapuche fizeram para exigir a liberdade de seus presxs, a retirada dos empresários de suas terras ancestrais. Exigimos a desmilitarização imediata das terras mapuche. Todos os Ministros do Interior do Estado Chileno são reponsáveis pelo assassinato, perseguição e prisão de muitxs lutadorxs. Belisário Velasco mandou matar muitxs ex-lautarinxs que não acreditaram nas mentiras democráticas. Em 2006 fez uma tosca montagem policial para prender xs anarquistas, acusando xs moradores da Okupa Mansión Siniestra de ter uma suposta "Fábrica de Molotov's". Qualquer pessoa que tenha no mínimo um dedo de testa ficaria horrorizadx com a ridiculez das supostas provas inventadas para enquadrá-lxs. Todxs os ministros do interior posteriores ao Belisário. E dezenas de funcionários tem trabalhado fortemente para acabar com nossos anseios de liberdade. Bachelet rima com Pinochet. Felipe Harboe e o Fiscal de la Prida continuaram o trabalho sujo. Agora com o novo governo de Piñera, mais fascista ainda e com o trabalho do cocainomano fiscal Alejandro Peña a situação tem atingido seu ápice de monstruosidade. O novo alvo destes psicopatas são dez antiautoritárixs e/ou anarquistas de espaços okupadxs ou acionar libertário.
Até hoje, xs expresxs políticos do Lautaro são acusadxs de qualquer crime que o Estado tenha a necessidade de castigar, apenas para mostrar serviço e provar que está no comando do pais. Mapuche, ex-lautaros e agora anarquistas e okupas estão sendo arbitrariamente enquadrados na lei antiterrorista. Como o Estado não pode assumir públicamente a motivação política de seus aprisionamentos inventa crimes inexistentes para prender arbitrariamente xs que se opõem a seu sistema, acusando-xs de terroristas.
Axel Osório, Marcelo Villarroel, Freddy Fuentevilla, Flora Pavez são alguns dxs que estão presxs sem nenhum prova que justifique. São acusadxs aleatóriamente, porque foram pessoas que lutaram contra a ditadura, no movimento Juvenil Lautaro ou no Frente. E estão presxs agora, sob julgamento militar, acusadxs de participar ou colaborar com a expropiação do Banco Security que deixou a morte do cabo Mollano.
Acontece que no Chile estão explodindo bombas. Em caixas eletrônicos, em instituições policiais, militares e/ou do capital. A autoria dessas explosões tem sido reivindicado por anarquistas anônimxs. Até hoje nenhuma pessoa foi atingida por qualquer dessas bombas, com execeção de nosso irmão Maurício Morales, que morreu com a explosão de uma bomba que carregava em sua mochila.
Maurício Morales, anarquista. Morreu na madrugada dia dia 22 de maio de 2009, a bomba que carregava em suas costas que estava destinada a uma escola de milicos. A única vida que foi comprometida por alguma bomba colocada até agora foi a dele. Uma perda imensurável e insubstituível para o coração de todxs suas/seus companheirxs no mundo inteiro. O Estado não respeitou o luto nem a dor de sua família, de seus/suas amigxs e companheirxs. Porque nessa mesma madrugada invadiu e vasculhou diversas okupas, deteu várias pessoas na tora. Tentou invadir o Centro Social Okupado e Biblioteca Sacco e Vanzetti, mas dezenas de insurretxs raivosxs fizeram barricadas a noite inteira e não deixaram a polícia se aproximar do local. Foi uma luta intensa e cansativa. Não puderam sequer chorar a morte do Mauri. O bairro inteiro foi pixado em sua memória. Mais de 20 pessoas foram detidas. E subitamente a polícia sumiu depois do dia nascer. Muito bom para ser verdade, mas era porque algo maior estava sendo orquestrado. Xs detentxs foram liberados. Mas a mídia começou a preparar o terreno para a posterior repressão.
A vida de Mauri não foi respeitada, nem as condições de sua morte, covardemente utilizada da forma mais absurda, sua memória tem sido ridicularizada pela mídia e a vida de seus amigxs e companheirxs que estão vivxs está sendo perseguida no jogo mais sujo e covarde. Desde o Brasil afirmamos que antes de dormir também abraçamos o caos e temos viva a ardente semente da revolta em nossos corações, assim como nosso amado Mauri e mantemos viva sua memória. Nossa solidariedade viva e ativa com todxs xs compas que mantêm viva e ativa a memóra de Mauri. Nossa solidariedade com todxs xs presxs políticxs anarquistas, antiautoritárixs, subversivxs, libertárixs do Estado Chileno.
Não vamos descansar até ver todxs nossxs irmxas nas ruas novamente, lutando ao nosso lado.
Vários Centros Sociais Okupados já foram invadidos, vasculhadxs e seus moradores detidxs, várias vezes. A última delas, no 14 de Agosto, levou 14 pessoas para suas masmorras e 10 delas estão ainda presxs, sob investigação, acusadxs de formar parte de uma "associação ilícita terrorista", supostamente responsáveis pelo "porte e colocação de artefatos explosivos". Este caso seria cômico, se não fosse tão trágico e deprimente. Estão sendo enquadradxs por ser amigxs do Mauri, ou por honrar sua memória ou por ser anarquistas, e tudo isso sendo usado como sinônimo de terrorismo. Atualmente, 10 dxs 14 detidxs estao em prisão preventiva, sob investigação que pode durar de 180 dias a dois anos. Não existe nenhuma prova concreta que os responsabilize materialmente por qualquer um dos crimes que são acusados. A acusação é completamente aleatória e arbitrária e sua motivação é política. Porque estas pessoas assumem a dignidade da memória de Mauricio Morales, porque são solidariedade viva e ativa com xs presxs políticxs do estado chileno e do mundo, porque okupam espaços na cidade para dar vida a uma vida livre, comunitária, horizontal, assambleária, vegana, ecológica, nômade, espontânea, feminista. Dedicam uma vida solidária axs presxs políticxs mapuche e suas reivindicações. Uma vida dedicada a uma luta contra toda forma de autoridade e opressão. Uma vida sem gaiolas, nem carrascos, nem prisões, nem propiedade privada. Porque dedicam suas vidas para cuidar de bibliotecas que qualquer pessoa não inimiga pode usufruir. Porque não aceitam sob hipótese alguma este sistema de merda que uma elite doente nos faz engolir dia a dia, no mundo inteiro.
O seqüestro é a surda medida desesperada por tentar calar aquilo que não tem vergonha, nem nunca terá. Por tentar aniquilar aquilo que resta de belo neste mundo tecnocida.
LIBERDADE IMEDIATA A NOSSXS COMPANHEIRXS SEQUESTRADXS PELO ESTADO CHILENO
Pablo Morales.
Rodolfo Retamales.
Omar Hermosilla.
Vinicio Aguilera.
Francisco Solar.
Felipe Guerra.
Camilo Pérez.
Carlos Riveros.
Mónica Caballero.
Andrea Urzúa.
A repressão que açoita os corpos de nossxs companheirxs, as grades, a infâmia, as asneiras faladas pela mídia, a hipocrisia, a nóia estúpida da segurança pública, a intransigência, o poder, a demência do Estado Chileno está se agravando a cada dia que passa. Até onde pretendem chegar com toda essa truculência repressiva? Muito se gabam, dizendo ser parte de uma "democracia sólida", mas a verdade é que são um dos países mais vergonhosos do continente, pois tratam com truculência todxs aquelxs que se opõem à suas leis.
O sul do Chile está em estado de sítio. Dezenas de presxs políticxs Mapuche, ano após ano, fazendo uma e outra greve de fome, exigindo respeito e atenção a suas reivindicações. Agora estão cumprindo mais uma vez mais de 56 dias em greve de fome. O Estado reage diante disso com as mais sujas manobras de repressão. A mídia aponta, a polícia dispara. A cada ano morrem vários jovens, assassinados pela polícia em suas operações de repressão à expressão de rebeldia e infoncormidade com o sistema imposto. O terrorismo de Estado se instaurou como uma manobra banal de lidar com centenas de pessoas que não aceitam o capitalismo como economia, o estado como governante, a prisão como destino, a propriedade privada como deus, o fascismo como política, o patriarcado como normalidade. Até onde pretendem chegar com tanta demência repressiva?
A terra é livre, não lhes pertence. A terra é o lar de todxs e cada um dxs seres vivxs. Nem todo mundo quer viver sob o jogo do trabalho escravo e a obediência a suas insanidades. Existem pessoas que não falam a mesma língua das autoridades. Pessoas que almejam viver de uma forma muito diferente do que é imposto atualmente. Pessoas que estão dedicando suas vidas a construir outras formas de se relacionar entre si e com xs outrxs seres vivxs. Pessoas que estão batalhando todos os dias para recuperar os espaços materiais e simbólicos indispensáveis ao desenvolvimento pleno do potencial vital de todxs e cada um dxs seres que se sintam a fim com esta proposta anárquica.
A terra é fértil, a natureza é sábia, tudo que existe tem o potencial de coexistir em liberdade e harmonia. Mas a febre de uma elite quer dominar e subjugar a existência de milhares de seres a mais nefasta servidão. Quem sabe quantos kilômetros quadrados estão destinados à morte, ao asfalto, para que um sem fim de mercadorias, das mais absurdas e doentias sejam frenéticamente transportadas para o consumo de ávidxs consumidorxs e produtorxs de lixo e mais lixo, escravos do lucro e dxs caprichxs de uma burguesia e parceirxs autoridades que não conhecem o mundo real. Esta casta vive escondida em seus pequenos castelos, sendo transportada entre helicópteros, carros, guardacostas, hotéis, jatinhos particulares e os mais bizarros delírios de superioridade, agindo como se tivessem legitimidade para tomar decisões absurdas em nome de todxs. Tornando tudo o que existe num objeto de manipulação do capitalismo e engranagem para o lucro de poucas empresas. Financiadxs pelo esforço e pela entrega vital de milhões de pessoas e animais que sequer chegam a sentir o cheiro das migalhas que lhes restam dessa produção.
A tortura está se diversificando e especializando. Os que não concordam com este mundo são espancadxs, assassinadxs, detidxs, perseguidxs, presxs, desalojadxs, foragidxs, apontados pela mídia que serve obedientemente. “Não tem pé, não tem cabeça, não tem coração que esqueça...”
A polícia chilena é uma das mais violentas do mundo. Qualquer um que visitar o país vai ver como xs manifestantes sao violentadxs cada vez que ousem erguer a cabeça e protestar contra esse mundo deshumano.
Nossos anseios não cabem em suas urnas, nossos desejos não cabem em seus programas de governo, nossa ética não se encaixa em suas leis, nossa raiva não será esmagada por seu exército particular de morte, nossa insurreição não será afogada em suas grades nem passará fome em sua economia miserável. Existe uma coisa muito mais forte, muito mais digno, muito mais contagiante que todo seu aparato militar, que é nosso amor pela liberdade.
Vocês tem o monopólio da violência, a propriedade da terra, o controle dos meios de comunicação, esses, entre outrxs aspectos, são os únicos motivos que os mantêm no poder. Porque legitimidade, de fato, não tem. Quem tem legitimidade não precisa de prisões, não precisa de polícia, não precisa de estúpidas mentias, não precisa de se esconder entre guardacostas e exércitos de cegos assassinos especializados. Quem tem legitimidade não precisa de se comunicar através de uma série de canais de televisão comprado. O tamanho das prisões e da repressão policial são o reflexo do medo daquela casta no poder que teme a resposta de todxs aqueles que oprime cotidianamente. A segurança pública é a necessidade de prevenção daqueles que sabem o tamanho da merda que estão fazendo com a vida de milhões de pessoas. Vocês inventam histórias, acusam nossxs irmaxs de "associação ilíita terrorista", montam uma farsa gigante para prender as pessoas que tiveram coragem de defender a memória de nosso irmão Maurício Morales.
Os crimes que vocês inventaram para prender nossxs companheirxs, mesmo que tivessem sido feitos, jamais vão alcançar o tamanho da violência estrutural que vocês vomitam diariamente encima de todas as pessoas. A Democracia é uma farsa, é mantida às custas da miséria e da exploração. No seu sistema não existe espaço para nós, e não queremos esse espaço, mesmo que ele fosse concedido o que queremos é uma vida sem prisões, sem autoridade, sem milicos, sem aglomerações de concreto que normatizem a existência das pessoas numa vida de servidão. Porque as cidades existem para guardar a propriedade privada, para cuidar das ruas que transportam as mercadorias e os valores que não servem a ninguém mais do que vocês e que valem muito mais do que as pessoas que o produzem.
Podem nos prender, nos calar, nos matar, não é assim, promotor, que esta guerra vai acabar...
Estamos aqui para protestar diante da tamanha covardia do Estado Chileno, que está prendendo todxs xs que se ousam lutar contra esse sistema miserável. A Michelle Bachelet, mesmo sendo supostamente de esquerda e tendo sofrido algumas das conseqüências da repressão da ditadura, é uma vergonha para o gênero feminino. Michelle Bachelet é responsável pela prisão política de mulheres Mapuche. Ignorou dezenas de campanhas de Greve de Fome que dezenas de Mapuche fizeram para exigir a liberdade de seus presxs, a retirada dos empresários de suas terras ancestrais. Exigimos a desmilitarização imediata das terras mapuche. Todos os Ministros do Interior do Estado Chileno são reponsáveis pelo assassinato, perseguição e prisão de muitxs lutadorxs. Belisário Velasco mandou matar muitxs ex-lautarinxs que não acreditaram nas mentiras democráticas. Em 2006 fez uma tosca montagem policial para prender xs anarquistas, acusando xs moradores da Okupa Mansión Siniestra de ter uma suposta "Fábrica de Molotov's". Qualquer pessoa que tenha no mínimo um dedo de testa ficaria horrorizadx com a ridiculez das supostas provas inventadas para enquadrá-lxs. Todxs os ministros do interior posteriores ao Belisário. E dezenas de funcionários tem trabalhado fortemente para acabar com nossos anseios de liberdade. Bachelet rima com Pinochet. Felipe Harboe e o Fiscal de la Prida continuaram o trabalho sujo. Agora com o novo governo de Piñera, mais fascista ainda e com o trabalho do cocainomano fiscal Alejandro Peña a situação tem atingido seu ápice de monstruosidade. O novo alvo destes psicopatas são dez antiautoritárixs e/ou anarquistas de espaços okupadxs ou acionar libertário.
Até hoje, xs expresxs políticos do Lautaro são acusadxs de qualquer crime que o Estado tenha a necessidade de castigar, apenas para mostrar serviço e provar que está no comando do pais. Mapuche, ex-lautaros e agora anarquistas e okupas estão sendo arbitrariamente enquadrados na lei antiterrorista. Como o Estado não pode assumir públicamente a motivação política de seus aprisionamentos inventa crimes inexistentes para prender arbitrariamente xs que se opõem a seu sistema, acusando-xs de terroristas.
Axel Osório, Marcelo Villarroel, Freddy Fuentevilla, Flora Pavez são alguns dxs que estão presxs sem nenhum prova que justifique. São acusadxs aleatóriamente, porque foram pessoas que lutaram contra a ditadura, no movimento Juvenil Lautaro ou no Frente. E estão presxs agora, sob julgamento militar, acusadxs de participar ou colaborar com a expropiação do Banco Security que deixou a morte do cabo Mollano.
Acontece que no Chile estão explodindo bombas. Em caixas eletrônicos, em instituições policiais, militares e/ou do capital. A autoria dessas explosões tem sido reivindicado por anarquistas anônimxs. Até hoje nenhuma pessoa foi atingida por qualquer dessas bombas, com execeção de nosso irmão Maurício Morales, que morreu com a explosão de uma bomba que carregava em sua mochila.
Maurício Morales, anarquista. Morreu na madrugada dia dia 22 de maio de 2009, a bomba que carregava em suas costas que estava destinada a uma escola de milicos. A única vida que foi comprometida por alguma bomba colocada até agora foi a dele. Uma perda imensurável e insubstituível para o coração de todxs suas/seus companheirxs no mundo inteiro. O Estado não respeitou o luto nem a dor de sua família, de seus/suas amigxs e companheirxs. Porque nessa mesma madrugada invadiu e vasculhou diversas okupas, deteu várias pessoas na tora. Tentou invadir o Centro Social Okupado e Biblioteca Sacco e Vanzetti, mas dezenas de insurretxs raivosxs fizeram barricadas a noite inteira e não deixaram a polícia se aproximar do local. Foi uma luta intensa e cansativa. Não puderam sequer chorar a morte do Mauri. O bairro inteiro foi pixado em sua memória. Mais de 20 pessoas foram detidas. E subitamente a polícia sumiu depois do dia nascer. Muito bom para ser verdade, mas era porque algo maior estava sendo orquestrado. Xs detentxs foram liberados. Mas a mídia começou a preparar o terreno para a posterior repressão.
A vida de Mauri não foi respeitada, nem as condições de sua morte, covardemente utilizada da forma mais absurda, sua memória tem sido ridicularizada pela mídia e a vida de seus amigxs e companheirxs que estão vivxs está sendo perseguida no jogo mais sujo e covarde. Desde o Brasil afirmamos que antes de dormir também abraçamos o caos e temos viva a ardente semente da revolta em nossos corações, assim como nosso amado Mauri e mantemos viva sua memória. Nossa solidariedade viva e ativa com todxs xs compas que mantêm viva e ativa a memóra de Mauri. Nossa solidariedade com todxs xs presxs políticxs anarquistas, antiautoritárixs, subversivxs, libertárixs do Estado Chileno.
Não vamos descansar até ver todxs nossxs irmxas nas ruas novamente, lutando ao nosso lado.
Vários Centros Sociais Okupados já foram invadidos, vasculhadxs e seus moradores detidxs, várias vezes. A última delas, no 14 de Agosto, levou 14 pessoas para suas masmorras e 10 delas estão ainda presxs, sob investigação, acusadxs de formar parte de uma "associação ilícita terrorista", supostamente responsáveis pelo "porte e colocação de artefatos explosivos". Este caso seria cômico, se não fosse tão trágico e deprimente. Estão sendo enquadradxs por ser amigxs do Mauri, ou por honrar sua memória ou por ser anarquistas, e tudo isso sendo usado como sinônimo de terrorismo. Atualmente, 10 dxs 14 detidxs estao em prisão preventiva, sob investigação que pode durar de 180 dias a dois anos. Não existe nenhuma prova concreta que os responsabilize materialmente por qualquer um dos crimes que são acusados. A acusação é completamente aleatória e arbitrária e sua motivação é política. Porque estas pessoas assumem a dignidade da memória de Mauricio Morales, porque são solidariedade viva e ativa com xs presxs políticxs do estado chileno e do mundo, porque okupam espaços na cidade para dar vida a uma vida livre, comunitária, horizontal, assambleária, vegana, ecológica, nômade, espontânea, feminista. Dedicam uma vida solidária axs presxs políticxs mapuche e suas reivindicações. Uma vida dedicada a uma luta contra toda forma de autoridade e opressão. Uma vida sem gaiolas, nem carrascos, nem prisões, nem propiedade privada. Porque dedicam suas vidas para cuidar de bibliotecas que qualquer pessoa não inimiga pode usufruir. Porque não aceitam sob hipótese alguma este sistema de merda que uma elite doente nos faz engolir dia a dia, no mundo inteiro.
O seqüestro é a surda medida desesperada por tentar calar aquilo que não tem vergonha, nem nunca terá. Por tentar aniquilar aquilo que resta de belo neste mundo tecnocida.
LIBERDADE IMEDIATA A NOSSXS COMPANHEIRXS SEQUESTRADXS PELO ESTADO CHILENO
Pablo Morales.
Rodolfo Retamales.
Omar Hermosilla.
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LIVRES E SELVAGENS, INSURRETXS NO BRASIL
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