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Que amargura se sente ao lembrar desse dia, quando soubemos que você nao nos acompanhava mais físicamente. Pouco a pouco engolimos tua morte, além de um curda e indesejável conseqüência de empreender tua vida com força e ousadia, a enfrentar este sistema. para todxs tua morte foi um desgarro no coraçao, uma perda irrecuperável na cotidianeidade.
Talvez em algum momento chegamos a nos sentir letárgicxs, mas percebemos que ao nos manter imóveis era dar um favor a esta regrada, normativa e asquerosa sociedade, assim como fazer da morte de um companheiro um fato comúm.
Tua morte foi somente o começo do que estava por vir, eram desacertos que se traduzíam em pancadas do inimigo. Desta forma, na tarde do 24 de junho foi vasculhado nosso lar, o Centro Social Autónômo e biblioteca libertaria Jonny Cariqueo, a razao, buscavam a Diego Ríos, após ser delatado pela sua mae ao encontrar material explosivo numa de suas propiedades. Nosso irmao, desde aquele dia decidiu evadir ao máximo as grades da prisao, passou a clandestinidade e sua fuga o tornou uma propaganda pelo fato.
Diante da morte de Mauri, para nós éimpossível deixar de lembrar a perda da companheira Zoe, que com um estrondo distante também fez nossos coraçoes se estremecerem quando faleceu alguns dias antes, fabricando um artefato explosivo. Estes fatos nos demonsram que perder a um companheirx supera nossa proximidade a níveis "íntimos", mas que apesar da distância física, sentimos uma irmandade com as idéias de destruir todas as formas de autoridade. Isto reflete a necessidade de difundir as experiências, porque sao fatos que lamentávelmente (e assim o demonstra a morte de Mauri) podem continuar ocorrendo.
Mauri, ta morte nao faz somente com que lembremos momentos dolorosos e tristes, mas que reafirmam aínda mais nossa postura de vida, nossas convicçoes e práticas de luta por conseguir a verdadeira liberdade. Tua terrível partida está sendo internalizada como um erro que qualquer umx de nós pode chegar a cometer, por isso precisamos ser meticulosos e relembrar este fato, como muitos outros ao longo da história, para tentar que nao ocorram novamente, aprendendo dos erros, aplicando estas experiências em qualquer uma das açoes que xs companheirxs adquiram para empreender a destruiçao aquilo que já matou uma parte de nós.
Mauri, lembramos de você como um companheiro que empreendeu um vôo eterno ao decidir se enfrentar com a cotidianeidade alienante. Foi este sistema de exploraçao e de morte que te empurrou a odiar qualquer tipo de gaiola e autoridade: e concordar com a necessidade de solidarizar com xs presxs desta sociedade: atacar os sujos carrascos da polícia. Nós, tuas/eus compas choramos tua ausência física, a ferida aínda está fresca, porém estamos firmes diante do poder e te relembramos em cada um de nossos coraçoes e ato de enfrentamento a esta realidade abrumadora.
Axs companheirxs do CSO e biblioteca Sacco e Vanzetti:
Estamos juntxs na perda de um companheiro, compartilhamos a dor mas também a força e a energía que nos dá manter nossos espaços vivos, tentando ser uma contribuiçao na luta contra a autoridade e toda forma de exploraçao.
Centro Social Autônomo e biblioteca libertaria jonny cariqueo
.Pudahuel . Maio2010.