segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Umas palavras de Anamaria Antonioletti

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Carxs amigxs,

Convidaram-me a relembrar a Mauri neste aniversário de sua morte. Nao sei se estarei presente, nestas alturas da vida o cansaço físico afeta a saúde tao difícil de manter em condiçoes. Nao conhecí a mauri, apenas fiquei sabendo de sua morte pelo jornal e lamenei muito a sua morte. Sempre penso que a vida dos jovens é muito valiosa, sempre pensando que a lei natural é que xs jovens enterrem axs mais velhxs possívelmente porque têm mais força para carregar o caixao. A perda de um/a filhx nos suga mais e mais força. Revisar os fatos que conduzem à morte de um jovem me enche de ira porque é o tempo para semear e nao para cortar o mato, é tempo para que vocês, artesaos de uma vida melhor se transformem em artistas do futuro para que aquela utopia deuma terra melhor esteja mais próxima. Convoco todxs vocês para que cuidem dessas vidas, esforcem-se para continuar e embora pareça enfastiante, ser responsáveis em suas açoes porque xs filhxs do povo sao e serao sempre dxs imprescindíveis, já chegará o momento em que vocês tenter ser custodios da vida dxs que vao substituir. Como uma mae órfa de seu filho peço que considerem minhas palavras como uma demonstraçao de carinho do filho cuja morte lamentarei sempre. Nao quero escutar mais nomes de jovens "presente, agora e sempre". Nao quero ser uma velha chata; quero convocá-lxs a lutar pela vida e festejá-la dia a dia em cada um de vocês. Sao o grande capital que tem o povo para que a utopia se transforme em realidade. Con amor de mae.

Anamaria Antonioletti.

(Anamaria Antonioletti, mae de Ariel antonioletti jovem militante da organizaçao político-militar MAPU Lautaro, que decidiu continuar lutando depois da "transiçao” de ditadura a democracia, onde o capitalismo e xs poderosos continuavam reinando.

Após ser detido pela CNI em 1989, seus companheirxs decidem resgatá-lo no 14 de novembro de 1990 desde o hospital Sotero del Río, numa operaçao de grande envergadura para a organizaçao.
No dia seguinte Ariel numa improvisada casa de segurança em Villa Japón, foi assassinado pela polícia de investigaçoes comandada por Belisario Velasco ao executá-lo com um tiro de fusil no meio da testa)